UA-142702713-1 O que uma mãe precisa dizer quando se olha no espelho
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O que uma mãe precisa dizer quando se olha no espelho

EMILY WIERANGA 



Eu gostaria que você parasse um instantinho e se olhasse no espelho. Enquanto se olha, eu gostaria que você dissesse, com toda a sinceridade que você conseguir: "Obrigada". Isso pode parecer um pouco bobo. Mas já é um começo.


Eu tive dificuldades com espelhos a minha vida toda. Hoje estou em recuperação, após uma anorexia, e espelhos sempre foram difíceis para mim. E não por que nunca me achei bonita, mas porque nunca me senti bonita o suficiente. Nunca foi o suficiente.

Mas estou aprendendo minha verdadeira imagem não está no vidro, mas em meu olhar, em como eu me vejo. Eu consigo mudar minha imagem refletida, apenas mudando o modo como eu me vejo.

Estou aprendendo a agradecer meu corpo. Cuidar do meu corpo, como Anne Lamott disse, como um amigo. Estou aprendendo a dizer obrigada aos meus braços por carregarem meus bebês, e obrigada por minha pernas por me levarem, e para minha mãos por fazerem tantos jantares e aos meus olhos por brilharem sempre que minhas crianças entram.


Precisamos demonstrar graça a nós mesmas. Tomar um banho com calma, comer nutricionalmente e quando estamos no supermercado, enchermos o carrinho de lanchinhos saudáveis para comermos mais tarde.


Respirarmos fundo e rirmos de nós mesmas. Rir das crianças. Dar risada, das crianças, junto com seu marido. E se sentirmos que vamos estressar, darmos uma saidinha até lá fora e olharmos para o céu.


Quanto mais graça demonstramos a nós mesmas, mais graça seremos capazes de mostrar aos outros. Esse tempo para nós mesmas nos trará força para servir: nossos maridos, nossos filhos.


Lembre-se que esse espaço nem sempre está disponível. E a graça nos encontra na bagunça dos momentos mais difíceis e no meio das coisas mais difíceis. Além de amar a nós mesmas, somos chamadas a morrer para nós mesmas. Porque o amor verdadeiro é isso: dar nossa vida ao outro. Graça é um equilíbrio delicado entre cuidar de nós mesmas e morrer para nós mesmas.


Em seu livro, Loving the Little Years, Rachel Jankovic fala sobre esse equilíbrio. Nossos corpos são ferramentas, não são tesouros" ela diz. “Você não deveria ocupar seus dias tentando preservar seu corpo no formato que tinha nos seus 18 anos de idade. Permita-o ser usado. Ao fim da sua vida você vai querer um corpo bem amassado.”


Estava descendo as escada por volta da meia noite, os meninos dormiam e Trent estava na cama, lendo. Eu sempre dou um passeio na casa, pegando as coisas fora do lugar, antes de deitar para dormir, porque, eu não consigo acordar em uma casa bagunçada. Eu estava em algum lugar entre o último degrau e o chão, quando eu caí na real. Amor. Como se estivesse me esperando ali, há 33 anos. Uma imensa piscina de amor, e eu parei, sorri. E eu chorei.

Porque, de repente eu adorei a pessoa que eu era.

Essa menina estranha, confusa, desastrada, artista que ama pessoas e desesperadamente precisa de um tempo sozinha, essa menina que ri alto e tropeça nas piadas, que usa roupas usadas e faz o trabalho da dona de casa, mas prefere escrever. Eu a amei. Com toda sua bagagem da infância e seu coração sensível, eu a amei.


Eu ainda tenho dias que luto até comigo mesma. Dias que a voz na minha cabeça me diz que ninguém gosta de mim, ou que não valho a pena, ou que sou feia, aquela voz terrível que me perturba desde que sou uma criança entre 9 e 13 anos. Mas essas coisas que escutamos? Não são verdadeiras. Porque você é muito especial. Não por alguma coisa que fizemos, mas por causa da linda bagunça que somos. E isso amiga, é Graça.

O que você diz a si mesma quando olha no espelho?



Emily T. Wierenga e uma jornalista premiada, blogueira e artista e colunista, assim como autora de 5 livros. Mora em Alberta, Canadá com seu marido e 2 filhos. Para conhecer mais visite: emilywierenga.com.


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