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Os três elementos para a transformação

Se você sabe alguma coisa sobre a origem de um incêndio, sabe que para isso são necessários três elementos: uma fonte de combustível (por exemplo, madeira, gasolina, plástico, etc...), calor (como uma faísca de um isqueiro) e oxigênio. Esses três elementos devem estar presentes para que haja chama. Retire um deles e a chama se apaga.
A chama é uma coisa fascinante; Eu gostava muito de fogo quando criança. (Não conte para a minha mãe!) Eu ficava em pé ao lado do fogão com toalhas de papel, assistindo enquanto queimava. Algumas vezes queimava lentamente, mas não chegava aos meus dedos gordinhos; outras vezes queimavam tão rápido, que me fazia correr para a pia para apagar.
Uma coisa que eu lembro sobre essas travessuras de infância é que tudo o que eu queimei se foi para sempre. Não tem como desfazer o ato de queimar algo; você não pode "desqueimar" algo. Quando somos provadas pela chama, somos transformadas para sempre.
A maternidade é um processo em que somos testadas pela chama que nos transforma. Assim como chama que queima rapidamente entre os nossos dedos, aprendemos a soltar e deixar que ela faça o que tem que fazer: destruir e transformar. Nós nos rendemos; nos soltamos e deixamos a natureza seguir seu curso.
A medida que nossos filhos crescem e amadurecem, nós também passamos por muitas aventuras num processo de entrega: nossos bebês passam de “minhocas rastejadoras" a andadores cambaleantes. Os bebês que antes precisavam se proteger das coisas mais baixas agora precisam de um novo tipo de proteção: como cantos de mesa de centro ou qualquer coisa que não esteja presa à parede com parafusos.
Talvez você esteja cuidando de uma criança com atrasos no desenvolvimento ou outros dificuldades ou problemas de saúde. Toda conquista conta! Ambas as experiências nos causam medo e tremedeira, mas mesmo assim, encontramos força para a transição, para nos entregarmos de corpo e alma, de uma etapa para outra.
Nós não forçamos nossos novos caminhantes a permanecerem rastejando por medo de sua nova descoberta, não é mesmo? Nós não silenciamos as línguas das crianças não-verbais que formam sua primeira palavra. Imagina! Aprendemos a encorajar suas atitudes instáveis e novas linguagens porque sabemos que sua transformação é essencial para o seu crescimento.
Essas transformações são o resultado da graça de Deus e nossa disposição para nos rendermos com coragem. E muitas vezes, nem percebemos que estamos fazendo isso. É um processo em que progredimos ao abandonar nossas ideias preconcebidas de nós mesmas e das outras pessoas, para que essa transformação possa acontecer.
Expulsamos o desejo insaciável de impor nossa vontade acima da dos outros, de controlar o inevitável, de extinguir a chama que Deus colocou dentro de nós, de deixar Deus ser Deus.
E essa transformação não pára em nós. Esta chama que Deus colocou em nós é transferível e contagiosa; não é para ser escondida debaixo de algo onde a falta de oxigênio a apagará, mas estar disponível para que todos vejam o que Deus pode fazer quando simplesmente nos rendemos.
Quando escolhemos deixar a chama alimentar nossa capacidade de amar sem limites e o amor consumir como uma chama, vemos a beleza do render-se. Nós enfrentamos o desconhecido pela possibilidade de transformação nos lugares mais escuros.
Render-se corajosamente é abrir mão de nossos próprios desejos de melhorar o outro - confiando que Deus está, de fato, lutando por nós. Jesus declara que todos os que se rendem [corajosamente] por causa Dele encontrarão a própria vida que esperamos manter segura e protegida. Todos os elementos que precisamos considerar para manter a chama em nós, nossa fonte de combustível (nossos corações), calor (relacionamentos com outras mães) e oxigênio (o Espírito Santo dentro de nós) criam a condição perfeita para uma chama de amor transformador.
Rev. Alisha L. Gordon, M.Div. é a Diretora Executiva para o Spiritual Growth at United Methodist Women. O seu trabalho está profundamente enraizado no desenvolvimento espiritual dos membros da organização. Ela une o trabalho de justiça social e o crescimento espiritual ao chamado profético da igreja para ajudar as mulheres a verem todo o seu potencial como mães, filhas, irmãs e membros em um cenário social e político em constante mudança.
Tradução livre por Juliana Domiciano, mãe 24h de duas meninas lindas Laís (4 anos) e Luísa (3 anos), adoradora apaixonada, membro da CADEVRE (Catedral das Assembleias de Deus de Volta Redonda), artesã na arte do Biscuit, cerimonialista, leitora compulsiva e uma das líderes do MOPS CADEVRE desde março de 2017.
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