UA-142702713-1 Minha grata surpresa
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Minha grata surpresa



As vezes achamos que temos algumas certezas nessa vida, outras nem tanto. Nunca tive o sonho de ser mãe, até um primeiro aborto espontâneo aos 36 anos de idade, sem planejar ou esperar por essa gravidez. São essas as surpresas não tão boas desta vida, as tristezas, os medos e as incertezas, tudo junto e misturado. Sendo que o sentimento de ter perdido alguém muito próximo e querido era muito forte.


Nestes dias algo mudou dentro de mim, sentia falta daquela pessoinha que já era parte de mim. E assim fui tentando engravidar por dois longos anos sem sucesso mas sem tratamentos também. Então tirei isso da minha cabeça, me conformei com a ideia de não ser mãe, mas nunca mais olhei um bebezinho da mesma forma, engraçado e traiçoeiro os nossos sentimentos.


Nessa fase da minha vida, todas as minhas amigas já eram mães, as amigas mais antigas de infância e a novas também. Sempre fui as festinhas de aniversário de quase todos, sendo quase sempre a única pessoa sem filhos. A essa altura, já era tia avó, ok também. Talvez eu não tinha sentido tanto a falta de crianças por ter sido tia cedo e ter os sobrinhos sempre por perto.


Mas a vida é feita de fases, e lá estava eu no ano de 2013, trabalhando em um banco numa das vagas destinadas a “jovem senhoras”, mulheres de 30/40 anos, na qual tinha dito que não tinha e não teria filhos (não sabemos de nada mesmo nessa vida).


Foi em janeiro desse ano, logo após muitas festas e comemorações de final de ano, que veio o primeiro indicio da tal surpresa. Eu nem imaginava, sequer cogitava a possibilidade de uma gravidez, muito menos uma gravidez tardia. Não sentia absolutamente nada, nenhum sintoma, enjoo, náuseas, sono, essas coisas. Tempo passando, vinte dias de atraso, não tinha outro jeito a não ser fazer o teste da farmácia; que deu positivo. Pense em um pai feliz e numa mãe confusa, essa era eu nesse primeiro momento.


Próximo passo exame de sangue, confirmadissima a tal gravidez. Tensão total para mim, só eu e Deus sabíamos de verdade o que eu sentia. Uma mistura de medo com uma alegria lá no finalzinho. Passo seguinte contar para as pessoas mais próximas, nesse caso minha família, irmãs e sobrinhos e claro minha amiga de trabalho a grande Suzy que me acalmava e que almoçou comigo todos os longos 9 meses e que soube desde a primeira suspeita e ria de mim todos os dias.


O motivo de não contar para outras pessoas, era o fato do primeiro aborto, e de ter que descontar tudo de novo, não era nenhuma superstição ou coisa parecida, era somente o fato de que minha cabeça achava que a qualquer momento eu iria perder o bebê novamente.


O tempo foi passando, foi preciso contar para minha chefe, imagina a minha cara nessa hora. Em seguida encontrar um obstetra que não ficasse me lembrando da minha gravidez de risco a toda hora. Depois de três tentativas encontramos um especialista em gravidez de risco. Lá estava eu grávida com praticamente 1% de chance de engravidar naturalmente e com alto índice para síndrome de down como disse ele.


Tive uma gravidez muito tranquila e abençoada, a cada mês os exames de ultrassom mostravam o índice de síndrome baixando, o “ser” como eu e algumas colegas de trabalho carinhosamente o chamávamos se desenvolvia muito bem. Não tive inchaços, engordei pouco e trabalhei até 37ª semana. Da descoberta até o nascimento fui relaxando, curtindo e preparando todas as coisas para chegada do nosso menino. Felipe nasceu dia 19/09/2013 as 7:30 da manhã. Quando ouvi aquele choro forte, que me lembro até hoje, a minha vida mudou para sempre.


E assim é até hoje, entre altos e baixos, muitas preocupações mas também muitas alegrias. Tenho um menininho gentil e amigo, meu parceiro, esperto e feliz e cuido dele desde que nasceu.

Muitas pessoas dizem, (como eu dizia) que filhos não são para elas, e talvez estejam certas, também não era para mim. Mas os filhos são para a gente quando o temos, (seja da forma que for, da nossa barriga ou do nosso coração) e quando os amamos mais que nós mesmos.

A gravidez é um presente e agradeço a Deus essa experiência, cansativa mas única, tensa mas cheia de encantos que é ser mãe.

E continuo achando Mateus 6:24-35 minha passagem favorita da Biblia: "olhai os lírios dos campos.. mas buscai primeiro o reino de Deus e toda a sua justiça..


Deus é, sempre foi e sempre será surpreendente, um Deus verdadeiramente admirável!

Luciana Figueira



Luciana Figueira, completa meio século de vida esse ano, é casada há 21 com Carlos e mãe do Felipe (5), sua grata surpresa.


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